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Este artigo procura estimular o pensar sobre treinamentos e
workshops como produtos que geram não apenas aprendizagem, mas sim grandes
experiências
Convenhamos
meus amigos: construir e/ou facilitar treinamentos, workshops, etc., é um baita
desafio. Infelizmente a nossa experiência com educação formal e salas de aula,
etc., nunca foi a das melhores e isso acaba fazendo com que associemos a imagem
de sala de aula a algo negativo, não prazeroso e até mesmo torturante para
algumas pessoas (vide recentes casos de adolescentes passando mal em escolas
devido ao medo e ao estresse!)
A nossa
autoimagem de aprendiz adulto foi construída a partir do aluno que fomos e
naturalmente estendemos essa visão quando estamos construindo e/ou entregando
treinamentos. Em especial, destaco 03 “vieses” que continuam nos impactando:
Ø Acabamos vinculando aprendizagem como um mal
necessário, ou seja, um treinamento é chato por natureza mas as pessoas têm que
participar de qualquer jeito;
Ø Aprender significa “aquisição de conteúdo”, então
quanto mais informação, melhor;
Ø O formato é aquele que aprendi na escola: um em pé,
os demais sentados. Um fala, todos escutam e anotam. Recursos? Um quadro,
cadernos...às vezes uns slides. Se as grandes escolas e universidades fazem
assim, então por quê eu faria diferente nos meus treinamentos e workshops?
E nesse
contexto que, infelizmente, acabamos construindo grande parte das nossas
entregas. Replicamos o que aprendemos com as nossas experiências vividas como
aprendizes em salas de aula de escolas e universidades. Adicionalmente, a
Segurança não é um assunto naturalmente apaixonante e muitos de nós
provavelmente já nos frustramos em treinamentos e workhops cansativos, demasiadamente
técnicos ou simplesmente fora do nosso campo de interesse.
Mas
mesmo diante dessa realidade contextual (entre outros desafios adicionais), é
possível criar e entregar algo que seja significativo para as pessoas e que
promova alguma transformação em seus mindsets ou comportamentos? Existe luz no
fim do túnel?
A
resposta é SIM! E você não precisa ser um PhD em design, facilitação, andragogia,
etc., para começar a transformar sua forma de criar e entregar treinamentos e
workshops incríveis. Ao longo desses anos, aprendi que para começar não é
necessário tanto tecnicismo, mas sim uma mudança em nosso modelo mental sobre
como enxergamos a coisa. O primeiro passo é questionar essa autoimagem de
aprendiz que construímos e passar a enxergar o treinamento, workshop, etc. não
como um mal necessário da sociedade moderna, como um PRODUTO CUJO OBJETIVO É ENTREGAR
UMA EXPERIÊNCIA.
Isso
tem um impacto profundo pois está alinhado à como a geração atual enxerga e
consome produtos e serviços no mundo atualmente, incluindo treinamentos. E não
estou falando em sentidos comerciais não. Vou explicar.
Em
1998, os pesquisadores Joseph Pine e James Gilmore publicaram o livro “The
Experience Economy (1999, Harvard Press)” definindo de forma revolucionária o
entendimento das relações comerciais de sucesso atualmente. Segundo os autores,
vivemos na “era econômica das experiências” e, portanto, todos buscamos formas
de viver experiências que nos marcam. Para eles, não consumimos apenas pela
utilidade ou necessidade, mas pelo significado que as coisas têm para nós, para
nossa identidade e como nos vemos no mundo. Outras publicações vieram sobre o
assunto, como por exemplo o livro “Designing Experiences” do J.R. Rossman e
Mathew Duerden, de 2019 publicado pela Columbia Business School.
Sendo
assim, de acordo com os pesquisadores, produtos e serviços passam por “eras
evolutivas”, sendo a era atual a das “experiências”. E é assim que escolhemos
aquela viagem, fazemos compras, frequentamos shows e restaurantes. Não
compramos produtos ou serviços pelas suas funcionalidades. Consumimos
experiências. Por quê? Elas renderizam emoções.
E isso
tem um valor enorme quando o assunto é aprendizagem. Em estudos da
neurociência, a emoção é considerada um “marcador de valência”, impactando
diretamente o foco, a atenção para codificação do que aprendemos, o nosso
processo cognitivo de construir memória de longo prazo (armazenamento) e por
fim facilita a evocação. Em suma, quando associamos o aprender com experiências
marcantes, aprendemos mais e melhor.
Mesmo
sem muita expertise, podemos escolher entre um treinamento chato ou uma
experiência bacana. Mesmo que não sejamos experts em processos de design e
facilitação de aprendizagem, PODEMOS USAR ESSE MINDSET PARA FOMENTAR IDEIAS
CRIATIVAS E MELHORAR A FORMA COMO FAZEMOS APRENDIZAGEM. Se genuinamente
pensarmos em como entregar boas experiências, já daremos longos passos à
frente.
Não
precisamos de muita pirotecnia não. Uma música, um espaço criativo, uma
decoração acolhedora, uma mesa convidativa, um coffee com pegada de experiência
gastronômica. Uma facilitação bacana (com check in e check out em círculo), um
momento “treco diferente” no meio da jornada. Um mimo, uma apreciação, uma
dança, uma celebração. Até mesmo um design diferenciado dos seus slides pode
fazer muita diferença! Existem coisas simples que podem levar as emoções para
outro patamar.
E é
disse que estamos falando. De experiências, ou seja, de momentos que vão
renderizar boas emoções, promovendo assim momentos mágicos e extremamente
benéficos à aprendizagem.
Então
na próxima vez que tiver que criar e entregar um treinamento, workshop, etc., e
se sentir perdido(a) em métodos e estratégias, lembre-se da pergunta: como
posso criar uma experiência bacana?
Sabemos
que o processo não é só isso, mas já é um baita começo.
Tags:
#aprendizagem #treinamento #segurança #inovação #mindset
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