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Um fato irrefutável quando se fala em geração de resultados em uma organização, é que os trabalhadores de chão de fábrica são a força motriz de qualquer instituição, com a geração de lucros. Não somente sendo os que põem a mão na massa, o pessoal da linha de frente são os diretamente expostos aos riscos ocupacionais. Portanto quando falamos de Saúde Mental essa vulnerabilidade permeia por todo corpo organizacional, de forma que nem a alta administração fique isenta de tal risco e, em muitos casos, são percentualmente mais impactados.
A saúde mental
vem sendo discutida em algumas edições do Fórum Econômico Mundial que estima
que o custo global com os transtornos mentais seja em torno de US$ 6,6 trilhões
(despesas médicas, afastamento do trabalho e aposentadorias). No Brasil,
representa quase 5% do PIB, além do comprometimento de uma legião de
trabalhadores e impactando seus entes queridos.
Líder, um elo que também se rompe.
Como muitos da
liderança executiva estão fora do radar do INSS, Ministério do Trabalho ou até
mesmo de órgão internacionais como OSHA, OIT e OMS rastrear e ranquear a saúde
mental dos CEOs, diretores e gestores torna-se desafiador, ou talvez
irrelevante perante a fragilidade e indiscutível prioridade dos trabalhadores
de massa. Porém não se é de ignorar a missão dos executivos, pois para o êxito
do operacional a composição estratégica e tática é indissociável.
Somos
inclinados a ver os líderes como rotineiros vilões ou heróis corporativos, que
insensivelmente demitem centenas de chefes de família com uma canetada, ou que
com um arrojado ato de genialidade faz as ações da empresa valorizem da noite
para o dia.
Qualquer líder,
independentemente da posição hierárquica, se trata de mais um elo do sistema
com determinada carga de responsabilidade, ou seja, um ser humano dotado de
limitações e guiado por propósitos profissionais e pessoais.
No epicentro dos interesses dos Stakeholders.
O mundo dos
negócios é um perpetuado encontro de interesses que nem sempre se convergem.
Conflitos, desacordos e prejuízos também fazem parte das relações comerciais.
Na
administração moderna com viés globalizado e sustentável, cuidar das suas
partes interessadas está para além de uma atitude socialmente correta, mas
também uma estratégia competitiva.
Do interesse
dos acionistas à satisfação dos clientes, dos acordos sindicais às retenções
dos conselhos, seguidos de visão e atitudes socioambientais para alentar a
opinião pública. No centro desses inquietos desafios está a liderança executiva
com extenuantes jornadas e demandas tendo que fazer contorcionismo para atender
de forma coerente todas as frentes, sendo que agradar a todos perante seus
propósitos é um desafio descomunal.
Em um cenário
de pressões multidirecionais associados a ambiguidade de papéis, falta de
autonomia e sobre carga de trabalho que adicionados a solidão laboral, faz com
que o impacto na saúde mental de muitos líderes se tornam uma inconveniente
realidade.
Os retirantes engravatados e o burnout.
Em uma pesquisa
realizada em 2023 pela agência americana de recrutamento de CEO’s, a Challenger, Gray & Christmas
foram constatados números alarmantes, em escala global, sobre a saúde mental
das lideranças executivas. 1914 CEO’s deixaram seus empregos para buscar
equilíbrio e ter mais convivência com a família.
Fadiga,
estresse, distúrbios do sono, consumo excessivo de tabaco, cafeína e álcool são
algumas das consequências que muitos CEO’s enfrentam. E um “resumo” dessa conta
são os casos de Burnout.
O Brasil figura
em segundo lugar na posição global de casos burnout de acordo com a International Stress Management Association
(Isma). Cerca de 30%
dos brasileiros sofrem com a síndrome do esgotamento, segundo a
Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt).
Na pesquisa da Challenger, Gray & Christmas
(2023) foi lamentavelmente constatado que 19 executivos morreram devido
a burnout.
Focando na Saúde Mental dos líderes.
Nem tão
diferente das ações preventivas e mitigadores dos impactos causados a saúde da
força de trabalho, pode vim a ser proposto para o bem estar e qualidade de vida
dos líderes como ações organizacionais e individuais.
Monitoramento
da Saúde - Para os líderes regidos pela CLT e acompanhamento conforme o PCMSO
já vem a ser um recurso que pode agregar com ações de monitoramento, seguido de
outros programas.
Para os cargos
mediante a PJ, assessorias ou autônomos é sugestivo cláusulas contratuais com
foco na saúde mental do contratado.
Os conselhos
administrativos podem ter cláusulas / diretrizes prezando pela saúde física e
mental dos líderes
Para além de
qualquer medida organizacional, está o poder do autocuidado.
Segue abaixo
algumas dicas da prevenção da própria saúde que cada indivíduo pode focar para
obtenção de uma melhor qualidade de vida.
Equilíbrio de Vida - A otimização do tempo equilibrando trabalho e vida social (principalmente família e amigos) corrobora significativamente para a gestão da saúde mental.
Atividade física regular- Realização de atividades físicas regulares, além dos benefícios físicos como evitar ou minimizar a obesidade, melhorias cardíacas, entre outras, também auxilia na manutenção da integridade mental melhorando o sono e até o humor com a liberação de endorfina.
Primar pela qualidade do sono – A regulação do sono é de fundamental importância não só para saúde mental como também física.
Monitoramento anual da saúde – A importância da procura médica para realização de exames rotineiros dispensa justificativa. Se tranado dos líderes que não tem nenhum monitoramento por parte da empresa (PCMSO) é imperativo que os mesmos tenham essa necessidade em sua programação anual.
Espiritualidade – Meditação, oração ou qualquer medida que traga paz interior e que proporcione melhor concentração, equilíbrio, leveza e qualidade de vida.
Terapia (e por que não?) – E a busca de ajuda sempre é válida. A busca de um profissional de psicologia está para além de uma necessidade de um desajustado comportamental, mas também é uma medida preventiva.
Disciplina – Nenhuma das ações acima terá resultados plausíveis se não houver disciplina por parte desses líderes.
Essas sugestões
não se limitam ao que foi descrito. Valendo lembrar que as medidas preventivas têm
que estar coerentes com o modelo de empresa, estilo de liderança e outras
particularidades que a realidade que cada organização vivencia.
A perda de um
ente querido de chão de fábrica é tão dolorida quanto a de um executivo chefe
de família em decorrência de um suicídio oriundo de um burnout. São perdas
irreparáveis. Portanto, que esses comandantes tenham uma justa atenção à saúde,
para assim conduzir o barco na melhor direção.
Autor:
Roberto
Mauricio
Esp. Qualidade,
Segurança, Meio Ambiente e Saúde
Esp. Ciências
Comportamentais Aplicadas a Organizações (cursando)
A saúde mental é um tema fundamental que deve ser discutido...
Este artigo procura estimular o pensar sobre treinamentos e workshops como...
A palavra sustentabilidade deriva do latim sustentare, que significa sustentar, defender, favorecer, apoiar, conservar....
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